O Projeto do Arboreto da Tapada da Amora nasce com a ambição de valorizar, conservar e dar a conhecer a floresta autóctone portuguesa, promovendo a sensibilização para os desafios ecológicos e climáticos do presente e do futuro. A Tapada da Amora localiza-se no Campus Agrário de Vairão, no concelho de Vila do Conde, numa área de cerca de 30,2 hectares integrada numa paisagem rural característica do noroeste litoral português – solos férteis, relevo suave e um sistema agroflorestal tradicional de matriz campo-bouça.

A proposta assenta na criação de um espaço de referência para a conservação da biodiversidade e dos recursos genéticos florestais, devendo ser aberto ao público e com uma forte vocação educativa, científica e cultural. O projeto organiza a paisagem da Tapada da Amora através da instalação de bosques representativos dos principais habitats florestais portugueses — naturais e culturais — organizados de acordo com um desenho naturalista e de forma a tirar partido das condições biofísicas do terreno, como o relevo, a exposição solar e os declives. Destaca-se, ainda, a introdução de dois lagos destinados à promoção da biodiversidade e uma extensa rede de caminhos que liga os diversos núcleos do arboreto, incluindo ainda espaços de receção e acolhimento de visitantes, áreas de produção vegetal e infraestruturas de apoio à investigação.

Além da flora autóctone, propõe-se que o arboreto acolha também pequenas coleções de espécies de outras regiões do mundo com afinidades ecológicas ou culturais com Portugal, reforçando o caráter pedagógico e simbólico do projeto. Estão previstas ainda estufas, viveiros e residências para investigadores, com o objetivo de estimular a investigação científica aplicada à gestão e regeneração de paisagens florestais multiuso, resilientes e sustentáveis.

O projeto do Arboreto da Tapada da Amora está intimamente ligado ao BIOPOLIS, uma iniciativa financiada pelo programa Horizonte 2020 (H2020-WIDESPREAD-04-2017 – Teaming Phase 1), que visa afirmar o CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos) como uma referência internacional na investigação em biodiversidade. Inspirado em modelos como a relação entre o Sainsbury Laboratory e o Cambridge University Botanic Garden, este arboreto pretende ser um espaço de ligação entre ciência, paisagem e sociedade.