PARQUE DA QUINTA DE LAMAS

O Parque da Quinta de Lamas é um projeto de arquitetura paisagista para os espaços situados entre as Faculdades de Engenharia (FEUP) e de Economia da Universidade do Porto (UP), na freguesia de Paranhos da cidade do Porto. O conjunto destes terrenos, com uma área total de aproximadamente 3 ha (29953,57 m2), contém espaços abandonados/expectantes, espaços cultivados, edifícios rurais referenciais (a maior parte abandonados e em avançado estado de degradação), edifícios universitários, restos de uma antiga viela, um estacionamento improvisado e uma ribeira encanada. 

O conjunto destes terrenos, na sua maioria propriedade da UP, encontram-se em diferentes estados de desenvolvimento e mutação, evidenciando vários problemas que seguidamente se indicam, os quais este projeto pretende resolver: 1. Generalizada falta de unidade e congruência espacial; 2. Existência de um contexto fragmentário, degradado e desconexo que se interpõe entre duas unidades referenciais do Polo III da UP – a FEUP e a FEP; 3. Necessidade de formalizar uma nova via e espaços exteriores associados, de orientação norte-sul, que acomode a circulação automóvel, circuitos pedonais e estacionamento público e privado; 4. Falta de espaços de recreio e lazer ao ar livre; 5. Generalizada baixa qualidade ambiental e paisagística. 

O programa foi definido por um grupo de decisores da equipa reitoral (Vice-Reitor Prof. António Cardoso), da direção da FEUP (Prof. Sebastião Feyo de Azevedo) e da direção da FEP (Prof. João Proença), os quais, em conjunto com a equipa de projeto, identificaram a seguintes prioridades de intervenção: 1. Execução de uma estrutura verde unificadora e promotora da qualidade ambiental e paisagística em toda a área de intervenção; 2. Ligação explícita, física e visual, entre a FEP e FEUP; 3. Desenho de rua nova e estacionamentos (já prevista em PDM); 4. Criação de oportunidades de recreio em espaço verde: desporto informal, percursos pedonais e cicláveis (a baixa velocidade), e zonas de encontro e socialização; 5. Maximização da área permeável revestida com vegetação, adequada ao uso público; 6. “Naturalização” de troço da linha de água existente; 7. Execução de um desenho de espaços exteriores despojado onde sobressaia uma estrutura verde arbórea, de crescimento médio-rápido, de acordo com um cenário estimado de 20 anos. 8. Adoção de soluções de desenho e de materiais, otimizadas ao nível funcional, ecológico, económico e estético.

A metodologia adotada segue modelo que habitualmente assiste aos processos de projeto:  1. Identificação de área de intervenção e envolvente imediata; 2. Indicação e confrontação da área com programa de intervenção; 3. Levantamento – identificação, classificação e registo dos dados biofísicos e culturais da área de intervenção;  4. Análise – interpretação, avaliação e seriação dos dados biofísicos e culturais anteriormente registados; 5. Síntese – conjugação espacial do conjunto de dados analisados para identificação de áreas homogéneas de aptidão, atividade, valor, vulnerabilidade ou risco; 6. Proposta – realização da organização e desenho do espaço; dimensionamento, pormenorização e quantificação.  

Do ponto de vista disciplinar a resolução dos problemas enunciados orienta-se pelos seguintes princípios e convicções: 1. As estruturas verdes constitui uma eficaz oportunidade de ligação e unificação do espaço exterior, com elevados benefícios para a qualidade ambiental, social e sensorial da paisagem urbana; 2. O espaço exterior ordenado e desenhado com base em princípios de adequação biofísica e cultural, contribui decisivamente para o aumento da qualidade funcional, ecológica e estética da paisagem urbana; 3. A execução de estruturas verdes urbanas tem uma boa relação custobenefício, integrando-se entre as intervenções de custo unitário mais baixo no contexto urbano; 4. A promoção da permeabilidade hídrica e do espaço exterior biodiverso e dinâmico beneficia o metabolismo urbano em todas as vertentes ambientais e culturais, contribuindo para o aumento da qualidade de vida das populações. 5. A reativação das dinâmicas hídricas em espaço urbano, como a abertura de linhas de água e a criação de espaços de efeito tampão beneficia os sistemas de drenagem natural e artificial no meio urbano, potenciando ecossistemas húmidos de bioregulação climática. 

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